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EFEMÉRIDES

Aconteceu a 21 de abril de 1926



Birthday of Queen Elizabeth II

A 21 de abril de 1926, nasce, em Londres, Isabel Alexandra Maria Windsor (em inglês Elizabeth Alexandra Mary Windsor), rainha do Reino Unido e de quinze outros estados independentes conhecidos como Reinos da Comunidade de Nações. É, ainda, chefe da Commonwealth formada por 53 países.

OS PRIMEIROS VINTE ANOS DO REINADO DE ISABEL II

(Texto da escritora Luísa V. Paiva Boléo)

1952

Isabel de Windsor tinha 25 anos quando o pai, Jorge VI, morreu em 6 de Fevereiro de 1952, às 7,30 horas. Como se encontrava em viagem no Quénia e o regresso demorou 24 horas foi declarada rainha in absentia, isto é, estava ausente do país quando foi declarada oficialmente monarca, facto que não acontecia desde o reinado de Jorge I (1714-1727).

Subiu ao trono com o título de «Isabel II, rainha do Reino Unido e da Irlanda do Norte». Em Fevereiro de 1952 a jovem rainha presidiu à primeira cerimónia pública. Os funerais do pai ocorreram no dia 15 de Fevereiro e no dia 5 de Maio a rainha, o marido, Príncipe Filipe e os dois filhos, Carlos e Ana, foram viver para Buckingham Palace.

A 4 de Novembro abertura do Parlamento com a presença da nova rainha. Esta é uma das cerimónias mais importantes da vida política da Grã-Bretanha, a que a rainha preside todos os anos. Em cinquenta anos, Isabel II apenas não abriu o Parlamento nos anos de 1959 e 1963. Para esta cerimónia há uma coroa específica e um traje especialmente concebido para este dia. A rainha desloca-se em coche do Palácio para o Parlamento. Muita gente vai para as ruas ver esta cerimónia.

A 25 de Dezembro de 1952 Isabel II leu a sua primeira mensagem de Natal, transmitida pela rádio, para toda a Commonwealth.

1953

A 2 de Junho de 1953 foi coroada rainha numa cerimónia sem precedentes, com milhares de convidados do mundo inteiro. Foi a primeira transmissão directa pela BBC de uma cerimónia com a monarquia. Ainda não havia muitas casas com aparelhos de televisão no Reino Unido, daí as famílias juntaram-se para não perderem tão importante e tão sumptuoso acontecimento. Em Novembro Isabel II e o marido fizeram a primeira grande viagem (cinco meses e meio) aos países da Commonwealth: Canadá, Bermudas, Jamaica, Ilhas Fidgi, Panamá, Tonga, Ilhas Coccos, Ceilão, Aden, Líbia, Malta e Gibraltar. Na Nova Zelândia e Austrália o casal real permaneceu três meses. Visitaram ainda a África do Sul e o Norte dos EUA.

1954

Em Maio de 1954 os príncipes Carlos e Ana foram transportados no novo iate real o Britânia até Gibraltar, onde os pais os esperavam. O primeiro-ministro Winston Churchill juntou-se à comitiva nos últimos dias da longa viagem de regresso.

1955

Em 1955 Isabel II posou para o pintor Pietro Annigoni. Dezasseis anos depois o mesmo pintor executaria novo retrato da rainha. A 4 de Abril Isabel II jantou com o primeiro-ministro Winston Churchill, em 10 Downing Street, residência oficial dos primeiros-ministros, na véspera do seu pedido de retirada da vida política. Em Junho o primeiro-ministro da Índia, Jawaharial Nehru visitou a rainha, em Londres. Nehru foi um homem fundamental na mudança de liderança na Índia. Quando da independência, em 15 de Agosto de 1947 assumiu a chefia do Governo. Em Agosto estalou o «escândalo» dos amores da princesa Margarida, irmã da rainha, com Peter Townsend, divorciado. Margarida renunciaria ao casamento por imperativos de Estado e por amor à irmã.

1956

No ano de 1956 a rainha e o Duque de Edimburgo realizaram uma viagem de três semanas à Nigéria. Foram recebidos por chefes tribais. Em Lagos foram homenageados com uma dança protagonizada por dez mil guerreiros com os seus trajes de festa. Em Abril a rainha recebeu Nikita Khrushchev, da URSS. O dirigente soviético escreveria, mais tarde, nas suas memórias, que a monarca britânica «era o género de rapariga que qualquer rapaz gostaria e encontrar a passear na Rua Gorky, num fim de tarde de Verão.»

1957

No início de Janeiro de 1957 o Governo britânico passou a contar com Harold Macmillan como primeiro-ministro. As conversas sobre assuntos de Estado da rainha com os primeiros-ministros são, ontem como hoje, extremamente importantes. A rainha está sempre bem informada. O seu Secretário todos os dias lhe dá conta dos factos relevantes do mundo. Neste ano Isabel II e o marido estiveram em visitas de Estado a Portugal, no mês de Fevereiro; em França, em Abril; na Dinamarca em Maio e no Outono Canadá e EUA tendo a soberana discursado na Assembleia-Geral da ONU. Em Portugal foi uma visita de cinco dias. Isabel II e o marido foram recebidos pelo Presidente da República, general Craveiro Lopes e mulher. Para lá do protocolo sabe-se que a rainha conversou muito com o general, que sendo de cavalaria era um entendido em assuntos de raças e performances de cavalos como o é a rainha.

A visita ao nosso país foi toda ela uma recepção sem precedentes na vida portuguesa, porque saíram dos museus bergantins (barcos a remos de grandes dimensões) e coches que foram restaurados para a ocasião. Portugal tem uma das mais ricas colecções de coches do mundo. Isabel II esteve também no Mosteiro da Alcobaça, tendo a rainha visitado os túmulos dos amantes infelizes Pedro e Inês, de quem conhecia a história. Visitou igualmente o Mosteiro da Batalha onde colocou uma coroa de louros pontuada de papoilas junto ao túmulo do soldado desconhecido, tendo ali marcado também presença no túmulo da Rainha de Portugal D. Filipa da Casa de Lencastre que, como sabemos, era de origem inglesa. Nessa altura Isabel II era jovem, bonita e trouxe um guarda-roupa extremamente elegante. O casal real esteve, a título privado, em casa dos duques de Palmela, por os ligar uma velha amizade.

No Natal a soberana inglesa leu a primeira mensagem dirigida a todos os países da Commonwealth, através da televisão

1958

Em Março de 1958 a casal britânico retribui a visita da rainha Juliana dos Países-Baixos. Em Julho Isabel II concedeu ao filho primogénito, Carlos, o título de Príncipe de Gales, embora a cerimónia da investidura, só tivesse ocorrido em 1969.

Em Julho de 1958 a rainha pôs fim a uma tradição. O baile das debutantes, em Buckingham Palace. A chamada apresentação das meninas-família à rainha.

1959

O Presidente dos EUA Eisenhower e mulher visitaram a monarca em 1959 no castelo de Balmoral, tendo a rainha convidado famílias da aristocracia terra-tenentes para estarem presentes. «Ike» como era conhecido o Presidente dos EUA, era velho amigo de Jorge VI e tratava a rainha como se fosse uma «sobrinha» querida o que não desagradava a Isabel. Sabe-se pelas cartas que trocaram, que a rainha lhe mandou a receita da barbecue que tinham degustado em Balmoral. Muito festejada foi a notícia, em Agosto, de que a rainha ia ser novamente mãe. Carlos tinha doze anos e Ana dez.

1960

Uma das mais importantes visitas de Estado à Velha Albion foi, sem dúvida, em 1960, a do Presidente da República francesa, Charles de Gaulle, resistente e herói da 2ª Grande Guerra. A Grã-Bretanha honrou-o com manifestações de enorme apreço e admiração e, na ocasião o fotógrafo da Corte Cecil Beaton foi agraciado com a Legion d’Honneur, a mais alta condecoração francesa. Mais tarde outro Presidente francês seria recebido pela rainha, Jacques Chirac, em 1996, mas não foi mais do que uma visita entre outras.

Em Maio casou a irmã da rainha, princesa Margarida de quem fizemos uma biografia por ocasião da sua morte, em Fevereiro deste ano.

Também os monarcas da Tailândia e do Nepal foram recebidos em Buckingham Palace em 1960.

1961

Isabel II e o Duque de Edimburgo iniciaram o ano de 1961 com uma viagem à Índia, Paquistão, Nepal e Irão. Foi mais uma vez recebida com a tradição e beleza dos indianos, onde pontoaram os elefantes de Benares, luxuosamente ajaezados e pintados na própria pele, que deram aquele toque de exotismo que faz com que a Índia seja uma atracção para os europeus. A rainha vestiu trajes de linho, em homenagem à Índia que enquanto colónia britânica fez dessa indústria uma das mais prósperas do país. Em Maio a rainha esteve no Vaticano com o Papa João XXIII.

Nas décadas de 60 e 70 a monarquia britânica detinha grande prestígio, porque ainda se não avizinhavam as tormentas familiares dos anos 80 e 90. O príncipe Filipe sempre foi conhecido pelas suas afirmações directas aos jornalistas, às vezes pouco convenientes. O jornal Guardian era conhecido pelas suas «alfinetadelas» à monarquia, mas, como se sabe nas democracias é mesmo assim...

Em 1961 a Grã-Bretanha, depois de acesas discussões, entrou para a CEE, hoje União Europeia. Era então “A Europa dos Seis”!

Em Junho o Presidente dos EUA John Kennedy e a elegante Jackie visitaram a rainha, que gostou muito da senhora Bouvier. No ano seguinte a rainha convidou Jacqueline para uma visita privada a Londres.

1962

A vida da monarquia passou a pouco e pouco a ser mais familiar para o cidadão comum. Um filme sobre a família real no seu dia a dia foi realizado em 1959 e em 1962 foi aberta ao público uma galeria no palácio de Buckingham.

Acontecimento importante e repassado de significado foi, sem dúvida, a ida da soberana à Alemanha Ocidental, onde parou junto do Muro de Berlim, quando a unificação da Alemanha era um facto desejável, mas extremamente remoto.

1963

E como nem tudo pode correr de feição no «País das brumas», houve, em 1963 o chamado caso Profumo com contornos “politicamente incorrectos” com ministros de Sua Majestade envolvidos em casos sexuais e espionagem.

Também a visita dos reis da Grécia, Paulo e Frederica decorreu com alguns incidentes, dadas as simpatias, quando jovem, da rainha Frederica pela juventude hitleriana. O próprio líder do partido trabalhista, Harold Wilson manifestou reprovação ao não comparecer ao banquete dado em honra dos convidados. Em Outubro a rainha conheceu o novo primeiro-ministro inglês, precisamente Harold Wilson. Isabel II teve uma relação de franca amizade com o primeiro-ministro Macmillan, que deixou o cargo, depois de seis anos, por motivos de saúde. Quando este foi internado num hospital, a rainha, contra as regras do protocolo, foi visitá-lo bastante emocionada, como contou o médico, sir John Richardson. Em Novembro a rainha fez-se representar no funeral do presidente Kennedy, assassinado em Dallas.

1964

Em Março de 1964, vinte e uma salvas de canhão anunciaram o nascimento de mais um varão na família real, Eduardo António Ricardo Luís. Este viria a ser o filho mais amado da rainha, segundo os mais próximos, até porque só saiu de casa, para casar, em 1999.

1965

Em 1965 são prestados funerais de Estado a Winston Churchill, provavelmente um dos dez mais importantes estadistas do século XX. Cerimónia de pompa e brilho à inglesa. E como a rainha tem sempre visitas agendadas, neste ano deslocou-se ao Sudão e à Etiópia, em visita ao imperador Haile Selassie. Em Maio esteve na Alemanha durante dez dias, terminando com um banquete no seu iate Britânia.

No dia 26 de Outubro os Beatles foram condecorados por Sua Alteza Real, em Buckingham Palace. O mundo exultou, porque já nada faltava à mais famosa banda rock do mundo!

A rainha soube que o seu tio, o Duque de Windsor, ia ser sujeito a uma intervenção cirúrgica em Londres. Sabe-se que a rainha «ignorou» sempre os duques de Windsor. Qual seria a sua atitude perante o tio, agora com setenta e um anos? A rainha fez o mínimo que a decência ordenava, telefonou para o Hospital para saber como correra a operação. À imprensa estava ávida de notícias.

E as damas de companhia da rainha e os criados tiveram que fazer de novo as malas para a viagem da soberana e do marido rumo às Caraíbas.

1966

Muito mais interessante terá sido, em 30 de Julho de 1966, em Wembley entregar à equipa inglesa, campeã do mundo de futebol a almejada taça.

1967

Como durante todo os anos do seu reinado Isabel II e o Duque de Edimburgo visitaram e visitam países, nomeadamente o Canadá e no final do ano de 1967, receberam o Presidente da Turquia e mulher. A mensagem de Natal foi vista pela primeira vez com a rainha a cores na televisão!

1968

O Governo aprovou novas leis sobre o divórcio, embora a doutrina da Igreja Anglicana continue a não o aceitar. Nesse ano o conde de Harewood, filho da princesa real e primo direito da rainha divorciou-se, o que provocou bastantes dissabores à rainha. Numa política de abertura o banquete oferecido ao Presidente da República italiana, em 1968, foi filmado pela televisão e em 1969 todos puderam saber mais da família real com um documentário de hora e meia. A BBC transmitiu-o em Julho. Assim muita gente disse que não fazia ideia nenhuma como viviam a sua rainha e os familiares. Foi um filme didáctico, contando como era um ano da vida da soberana e a sua relação com os filhos. A partir desta data as viagens da rainha passaram a ser filmadas, como, em Novembro de 1968 na viagem ao Brasil.

1969

As primeiras férias de Verão de Isabel II e família fora do país só aconteceram, pela primeira vez, em Agosto de 1969. Viajaram no iate Britânia até aos fiordes da Noruega.

1970

No ano seguinte, 1970, mais uma vez a rainha viajou para o Canadá, Nova Zelândia e Austrália, desta acompanhada dos filhos Carlos e Ana. No Canadá juntou-se ao grupo o Duque de Edimburgo que passeara pelo México.O já mencionado filme sobre a soberana com o título Royal Family, tinha tido grande impacto nas comunidades de língua inglesa e foi um sucesso a chegada da rainha com os príncipes Carlos e Ana

1971

Em 1971 começou a ser discutida a fortuna da rainha, dos seus gastos e das despesas com a Civil List. Assunto longamente discutido no Parlamento. Os tempos eram outros e o Governo de um país democrata exigia, mesmo à mais importante monarca europeia, uma atitude de maior transparência. Sim, porque os palácios da família real: Buckingham, Windsor, Holyrood House, Sandringham e Bolmoral tinham grandes despesas e os parlamentares queriam saber como eram geridos. Hoje sabemos que a monarquia britânica é altamente rentável.

Em Outubro de 1971 o velho imperador do Japão, Hirohito e a imperatriz visitaram a rainha. Foi a primeira visita de um monarca japonês, desde a 2ª Grande Guerra, onde, como sabemos, o Japão esteve contra a Grã-Bretanha.

1972

E o ano de 1972 assinalou vinte anos de reinado de Isabel II. E houve as celebrações que se impunham. Nem vale a pena falar das viagens que são sempre uma parte considerável da sua vida como monarca. E foram-na visitar a rainha Juliana e o Príncipe Bernardo dos Países-Baixos. Isabel II esteve em França e esteve com o tio, o Duque de Windsor, muito doente. Não perdeu as corridas de cavalos em Longchamp antes de estar com o tio. Tinham passado trinta e três anos desde que o Duque de Windsor fora «banido» da corte e da memória da rainha, da rainha-mãe e da maior parte da família real. O Duque morreu poucos dias depois e, apesar de muitas reuniões entre os conselheiros, a rainha e o Governo foi-lhe proporcionado um enterro real. O seu corpo esteve em câmara ardente dois dias na capela de São Jorge em Windsor. E a duquesa de Windsor voltou a pisar solo britânico. No funeral, e por um dia Wallis Simpson foi tratada como viúva de um rei.

Em Outubro deste ano (1972) a rainha e o duque visitaram a Jugoslávia. Foi a primeira visita da rainha a um país comunista. O ano terminou com os festejos das bodas de prata de casamento de Isabel e Filipe.

Os príncipes Carlos e Ana foram notícia. Carlos optou por ingressar no Royal Navy College, em vez da Universidade de Cambridge e Ana distinguiu-se em competições equestres e foi declarada «A desportista do Ano» (Sportswoman of the Year). É sabido que a princesa ganhou uma medalha de prata num Campeonato Europeu e que participou nos Jogos Olímpicos de Montreal, em 1976.


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Estamos a reunir diariamente, num único local, os artigos sobre Estilos de Vida que têm vindo a ser publicados, com regularidade, no âmbito das Efemérides. Esta tarefa estará concluída a 31 de dezembro de 2022.

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