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EFEMÉRIDES

Aconteceu a 2 de março de 1898



Nascimento da encenadora e atriz portuguesa Amélia Rey Colaço

A 2 de março de 1898, nasce, em Lisboa, a encenadora e atriz portuguesa Amélia Rey Colaço, considerada uma das maiores referências do teatro português.

Nascida num ambiente social e culturalmente privilegiado – o pai, Alexandre Rey Colaço era compositor e um exímio pianista, tendo sido professor dos príncipes D. Luís e D. Manual – e a avó, Madame Kirsinger, possuía um salão musical e literário em Berlim.

Em 1911, Amélia vai viver para casa da sua avó Kirsinger, a fim de estudar música. O ambiente cultural que encontra em Berlim haveria de ter um papel significativo na sua vida futura, especialmente os espetáculos de Max Reinhardt no Deutsches Theater, que a incentivam a seguir uma carreira de atriz aquando do seu regresso a Portugal, onde inicia aulas de teatro com o ator Augusto Rosa.

A sua estreia como atriz realiza-se em 1917, no Teatro República (atual São Luiz) com a peça Marinela de Galdós. Meses antes de o espetáculo subir à cena, leva tanto a sério o seu papel de vagabunda naquela peça, que passa a andar descalça e esfarrapada no jardim de sua casa, para se ambientar às condições em que a sua personagem vivia.

Em 1920, consorcia-se com o ator Robles Monteiro e, no ano seguinte, funda a Companhia Rey Colaço-Robles Monteiro, com a qual concorre à concessão do Teatro Nacional D. Maria II, que dirigiria durante 53 anos.

O pavoroso incêndio no Teatro D. maria II, ocorrido na madrugada de 2 de dezembro de 1964, obriga-a a mudar-se para o Teatro Avenida que, infelizmente, também seria consumido pelas chamas a 13 de dezembro de 1967.

Entre 1933 e 1967, o governo do Estado Novo concede-lhe as insígnias do grau de comendador da Ordem da Instrução Pública, da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada e da Ordem Militar de Cristo.

Em princípios de 1974, Amélia Rey Colaço regressa ao São Luiz, onde iniciara a sua carreira. Nesse mesmo ano, tem lugar o 25 de Abril e, receosa que a ligassem ao regime do Estado Novo – Salazar era grande admirador da sua carreira artística – encerra a sua companhia e passa a viver uma vida discreta.

O seu valor artístico, porém, é de tal maneira elevado que, suplantando todas as eventuais conotações ideológicas, recebe, em 1978, o grau de Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada.

As suas subidas à cena em peças como Salomé, Romeu e Julieta ou A Visita da Velha Senhora constituem marcos importantíssimos na história do teatro em Portugal.

Aos oitenta e sete anos, interpreta o seu derradeiro papel na figura de D. Catarina, na peça El-Rei D. Sebastião, de José Régio.

Amélia Rey Colaço morre, em Lisboa, a 8 de Julho de 1990, junto da sua filha, Mariana Rey Monteiro, outra grande figura do teatro em Portugal que, infelizmente, também já não está entre nós.

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