A 28 de janeiro de 1968, o Presidente da República, almirante Américo de Deus Rodrigues Tomás, parte para uma Viagem à Guiné e a Cabo Verde, a bordo do Funchal.
O Diário Popular desse dia revela que as cerimónias da partida «revestiram-se de grande solenidade, estando presentes as mais representativas figuras da vida nacional e, ainda, o corpo diplomático acreditado em Lisboa».
Fonte: Diário Popular nº 9081, de 28-01-1968, 26º ano de publicação, p. 1
Esta viagem realiza-se numa altura em que a situação militar na Guiné se deteriorava e Portugal estava a ser cada vez mais pressionado pela comunidade internacional no sentido de entregar os seus territórios ultramarinos aos movimentos de libertação.
Com esta viagem à Guiné e a Cabo Verde, o regime pretendia que a comunicação social estrangeira pudesse ter imagens das populações ultramarinas saudando efusivamente a «veneranda» figura do mais alto magistrado da nação, contrariando, assim, a ideia de que estas viviam revoltadas com a presença colonial portuguesa.
Para que este plano surtisse o esperado efeito, foram organizadas manifestações de apoio «espontâneo» por parte das populações guineenses e cabo-verdianas e o corpo diplomático acreditado em Lisboa foi convidado a estar presente à partida do Chefe de Estado.
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